2.ª edição dos encontros de jornalismo MediaCon
Jornalistas jutnos para pensar o jornalismo de futuro. – Goethe-Institut Portugal
Como pode o jornalismo cumprir o seu papel democrático num ecossistema moldado por algoritmos e populismos? Que ferramentas — tecnológicas, éticas e educativas — poderão sustentar um jornalismo capaz de resistir à desinformação e reconstruir a confiança dos cidadãos nos media? Por fim, que espaço futuro existe para a verdade no jornalismo?
A 2.ª edição dos encontros de jornalismo MediaCon, que teve lugar nos dias 10 e 11 de outubro, apresentou debates, conversas, masterclasses, sessões no formato Pecha Kucha e uma feira de meios para tentar dar resposta a estas perguntas e criar um imaginário possível para “o jornalismo que queremos.”
Os dois principais debates reuniram jornalistas internacionais e nacionais em torno de temas fundamentais para pensar o jornalismo de futuro.
No dia 10 de outubro às 19h, Marc Engelhardt (CORRECTIV) e Vania Baldi (OberCom) juntaram-se a Joana Gorjão Henriques (Público) para debater Como a tecnologia abriu palco para os populismos no jornalismo, com moderação de João Ribeiro (Shifter), um evento organizado em colaboração com a Fundação Friedrich Ebert em Portugal.
No dia seguinte à mesma hora, o debate Literacia mediática num mundo pós-fact checking encerrou a 2.ª edição dos encontros MediaCon com Alba Tobella (Verificat), Marta G. Franco (Laintersección) e Margarida Maneta (Universidade Lusófona, CICANT) e moderação de Carolina Franco (Público na Escola), numa colaboração com a Europa Criativa Portugal.
As manhãs e tardes dos MediaCon foram preenchidas com masterclasses e conversas em várias áreas, permitindo aprofundar vários temas fundamentais para o jornalismo.
No sexta-feira, dia 10 de outubro, às 10h, a MediaCon arrancou com uma masterclass de Joana Lobo Antunes sobre Comunicação de ciência: pontes com a academia, dirigida sobretudo a jornalistas e estudantes de jornalismo.
Às 11h30 teve lugar uma conversa sobre Bolsas de investigação e o apoio ao jornalismo com sete jornalistas que foram apontar para os desafios enfrentados por profissionais que atuam tanto dentro como fora das grandes redações e as oportunidades criadas pelas diversas bolsas e grants existentes.
Às 14h foi a vez do jornalista Paulo Pena, integrante da equipa internacional do Investigative Europe, partilhar com o público a sua experiência na masterclass Jornalismo transfronteiriço: como ir mais além?, que refletiu sobre a forma como esta forma de jornalismo é importante para a promoção da transparência.
Às 17h teve lugar a conversa Criadores de conteúdo e o acesso à informação com Joana Guerra Tadeu, Gonçalo Taborda (Expresso) e Patrícia Barnabé, moderada por Catarina Carvalho (Mensagem de Lisboa), que questionou se criadores de conteúdos e media tradicionais devem manter-se distantes ou pelo contrário, colaborar mais.
No sábado, dia 11 de outubro, o programa começou com a masterclass em inglês de Alba Tobella (Verificat) Como reportar sobre a internet e usar ferramentas de fact-checking, onde se aprofundou o trabalho das organizações de verificação de factos para descobrir como os jornalistas podem incorporar esta perspetiva.
Às 11h30, seguiu-se a primeira conversa do dia sobre O estado da crítica cultural no panorama atual, com a participação de Cláudia Lucas Chéu, Filipa Vaz Teixeira e José Paiva e moderação de Miguel Santos, que procuraram respostas para o cada vez menor espaço de crítica cultural nos media tradicionais.
Às 14h, Isabel Marques, diretora de informação da estreante RIA – Rádio Universitária de Aveiro, foi explicar Como funciona a redação de uma rádio universitária.
Às 15h começou a conversa Ainda é possível salvar o jornalismo regional, com Pedro Jerónimo (LabCom) e Nuno Francisco (Jornal do Fundão), moderada por Patrícia Fonseca (MedioTejo), às 17h00, seguiu-se uma conversa sobre O papel da fotografia na criação de narrativas, que convidou a refletir sobre a função que o fotojornalismo pode desempenhar nos dias de hoje, na companhia de Bárbara Monteiro (Associação NARRATIVA), Mário Cruz (Associação NARRATIVA) e Vera Marmelo, moderada por Ana Patrícia Silva (Projecto Inocência).
Na programação paralela, destaque para as sessões Pecha Kucha, que pretendiam ser uma plataforma de divulgação e partilha de projetos inovadores na área do jornalismo, e para a Feira de Meios, com publicações de vários projetos de jornalismo independente.
Os encontros de jornalismo MediaCon proporcionaram um momento de reflexão sobre o papel do jornalismo no contexto atual e os caminhos possíveis para um jornalismo eticamente responsável e de qualidade, assim como ofereceram uma oportunidade para aprofundar temas específicos, como a crítica cultural, o jornalismo transfronteiriço ou ainda a comunicação de ciência, também para um público mais especializado.
A entrada foi gratuita, houve atividades como as masterclasses em que era obrigatória a inscrição prévia (clicar em Mais informações).
